
Santuário de Fátima
Já algum tempo que eu andava para visitar o Santuário de Fátima, entre os dias 12 e 13 de Maio, este ano como calhou num fim de semana, aproveitei e agarrei na Azulinha e fui até Fátima. Saindo de Lisboa fui pela estrada nacional em direção ao Carregado, Cartaxo, Santarém e ao chegar a Pernes comecei a encontrar alguns peregrinos que faziam o percurso até Fátima a pé, era dia 12 à tarde, ou seja aquela gente iria passar toda a noite andar para estar no Santuário dia 13 de manhã.

E quanto mais me aproximava maior era o número de peregrinos a pé a caminhar na berma da estrada, passando Minde e subindo em direção a Fátima aí sim era às dezenas os grupos, é preciso muita fé e coragem para realizar este feito.
Cheguei ao Santuário de Fátima por volta das 17:30 e a três horas de começar a cerimónia do terço e de seguida a procissão das velas, já estavam muitos peregrinos no recinto do Santuário a marcarem lugar e a escolher o melhor sítio para ficarem nas cerimónias.

Fátima à 100 anos atrás não era nada do que é agora, as aparições catapultaram no crescimento de um pequeno mundo rural para uma cidade com grande crescimento em todos os fatores.
O nome da cidade deriva do nome árabe Fátima, uma das filhas do profeta Maomé. Existe uma lenda não confirmada que a topónomo deriva de uma princesa moura local de seu nome Fátima que, depois de haver sido capturada pelo exército cristão durante a Reconquista Cristã, foi dada em casamento a um conde de Ourém. Tendo-se convertido à religião cristã, foi baptizada recebendo o nome de Oriana em 1158. Às terras serranas, o conde deu o nome de Terras de Fátima, em memória dos seus ancestrais, e ao condado o nome de Oriana, depois chamado de Ourém.
A história da cidade de Fátima está, no entanto, mais associada ao fenómeno das aparições da Virgem Maria. Primeiramente, por volta do ano de 1758, Nossa Senhora terá aparecido a uma pastorinha muda (no lugar onde hoje se ergue o Santuário de Nossa Senhora da Ortiga), e, mais tarde, já no século XX, a três outras crianças (conhecidos como "Os Três Pastorinhos"). Lúcia dos Santos e os seus primos, Francisco e Jacinta Marto, a 13 de maio de 1917, enquanto estavam a apascentar as suas ovelhas no lugar da Cova da Iria, testemunharam a primeira de várias aparições de uma linda Senhora vestida de branco. No local ergue-se atualmente a Capelinha das Aparições. A Senhora, mais tarde referida como a Senhora do Rosário, declarou ter sido enviada por Deus com uma mensagem: um apelo à oração, ao sacrifício e à penitência. Ela visitou os pastorinhos, aparecendo-lhes todos os dias 13 entre os meses de maio e outubro de 1917. A última aparição deste ciclo ocorreu a 13 de outubro, e cerca de 70 000 peregrinos testemunharam e assistiram ao chamado Milagre do Sol.

A Virgem Maria, em Fátima, trouxe uma mensagem que consistia no apelo à oração constante e pediu aos pastorinhos que anunciassem a todos a necessidade de se rezar o Terço todos os dias, pela conversão dos pecadores, pela conversão da Rússiae pelo Papa. Nossa Senhora revelou-lhes, ainda, o chamado "Segredo de Fátima", o qual foi dividido em três partes: a visão do inferno onde os pecadores caíam pela sua falta de fé; o anúncio do começo de uma nova guerra mundial (confirmou a Segunda Guerra Mundial); e a terceira parte do segredo foi escrita pela vidente Irmã Lúcia em 1944. Finalmente, a 13 de maio de 2000, durante a sua visita a Portugal, o Papa João Paulo II, por meio do Secretário de Estado do Vaticano, o Cardeal Angelo Sodano, divulgou parte do conteúdo da terceira parte do Segredo.
Lúcia tornou-se freira de clausura monástica da Ordem das Carmelitas Descalças e recebera, em criança, três visitas de um anjo em conjunto com os primos. Entre abril e outubro de 1916, o chamado Anjo de Portugal (ou Anjo da Paz) convidou-os a rezar e apelou à penitência. O anjo visitou-os duas vezes na Loca do Cabeço (no lugar dos Valinhos) e uma vez ao pé do poço no jardim da casa dos pais de Lúcia. Jacinta Marto morreu em 1920, no Hospital de Dona Estefânia, em Lisboa, e Francisco Marto morreu em 1919, em casa, por causa da pneumónica (entre 1918-1920). Foram mais tarde beatificados, no dia 13 de maio de 2000, pelo Papa João Paulo II, e canonizados, no dia 13 de maio de 2017, pelo Papa Francisco. No caso de Lúcia, ela viveu até ao ano de 2005, tendo falecido como religiosa carmelita no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra.
Para marcar o sítio das aparições, foi construído um arco de madeira com uma cruz na Cova da Iria. Os religiosos (tanto frades, como freiras) e os leigos começaram a viajar em peregrinação ao sítio das aparições. A 6 de agosto de 1918, com donativos dos peregrinos, construiu-se uma capela pequena, construída com pedras, pedra calcária e argila, com apenas 3,3 metros de comprimento por 2,8 metros de largura e 2,85 metros de altura. A Cova da Iria rapidamente se tornou um importante centro de culto mariano.

Ao longo dos anos, com a consolidação do santuário como um importante centro de culto mariano e com a crescente atenção dada por papas e outros destacados prelados à Mensagem de Fátima, as peregrinações, procissões e orações no local viriam a crescer enormemente, atraindo grandes multidões de todo o mundo. Em 2015, o santuário acolheu 6 milhões e 676 mil visitantes nas 9 948 celebrações realizadas ao longo do ano com a maior afluência de peregrinos a ocorrer durante o mês de maio.
Um dos pontos altos das celebrações do 13 de maio é a procissão das velas, as imagens que se observam de toda aquela imensidão de peregrinos cada um com a sua vela é indescritível.



Espero cá voltar novamente e voltarei com certeza, com mais ou menos gente Fátima será sempre um dos altares do mundo.


Ficamos sem palavras para descrever o que sentimos, o que se sente num lugar como Fátima e como eu disse recentemente numa rede social :
"Não se explica ... Sente-se"
