Dia 8
Pula - Crikvenica - Zadar
A manhã acordou cheia de sol, a casa onde dormimos era relativamente perto da praia e aproveitámos e fomos tomar o pequeno almoço a um bar junto ao mar. Um pequeno almoço bem português, torradas, galões, cereais e iogurte.
Após o pequeno almoço fomos dar uma volta pelas praias nos arredores de Pula, muita gente, muito transito, estamos em pleno agosto e isto faz lembrar um pouco o nosso Algarve com tanta confusão. Decidimos deixar a zona pois ainda tinhamos muitos kms para fazer e muita curva para curvar. Esperava por nós uma das mais belas estradas do mundo, cerca de 200 kms de curvas sempre com o Adriático ao nosso lado e cada curva era diferente e a paisagem nunca era a mesma, tinha pressa de lá chegar, um amigo meu tinha feito essa estrada um mês antes e disse que era do outro mundo desde as curvas a tudo o que ficava à nossa volta.
A primeira parte da viagem foi através da montanha e sempre a subir, a temperatura do ar começou a descer até que chegámos a uma zona e o transito estava parado devido a irmos entrar num túnel, onde os carros eram mais ou menos vistos e se as autoridades desconfiassem de alguma coisa eram revistados. Eu como estava de mota fui andando entre os carros, o Paulo teve que aguentar e marcámos encontro para a primeira bomba de gasolina que encontrassemos. Lá consegui chegar à entrada do túnel e passei sem problemas, depois foram sete kms sempre a descer no interior da terra e quando cheguei ao fim, a temperatura tinha subido dez graus, uma diferença enorme, tanto na temperatura mais alta como também mais vento e quanto mais me aproximava do mar Adriático pior ficava.
Novamente juntos lá seguimos o nosso caminho, a hora de almoço chegava e parámos num supermercado muito conhecido em Portugal, era hora de atestar com mantimentos para o almoço e para os pequenos almoços dos dias seguintes. Estávamos em Crikvenica, uma vila situada mesmo encostada ao Adriático com algumas praias bem bonitas e uma marina ainda em construção mas já num adiantado estado que dava para imaginar como iria ficar. Aproveitámos este ambiente magnífico e fomos até junto do mar comer e beber a tão famosa cerveja Croata, a Karlovacko.


À saida encontámos um bar muito engraçado e com pessoal muito alegre, era um bar destinado a amantes de Harley-Davidson mas fomos recebidos com grande alegria e companheirismo como se fossemos da casa. Muito bom mesmo !!


Tinhamos uma informação que o nosso amigo Jorge Boa-Alma tinha deixado uma cerveja paga para nós aquando da viagem dele por estas terras como os amigos da Harley-Davidson mas rápidamente chegámos à conclusão que o Jorge não tinha deixado nada pago.
Aproveitámos e pedimos para deixar um autocolante do nosso grupo na porta do bar o que nos foi logo autorizado e com grande satisfação por parte dos responsáveis do bar.


Era hora de nos fazermos à estrada, e o aproximar daquelas curvas que tanto me falaram e daquele mar a nossos pés estava ali. Era realmente magnífico cada curva, cada vez que olhávamos para o Adriático era diferente, só que o vento estava a fazer das suas, muito forte, por vezes do tipo mesmo rajadas o que tornava a viagem um pouco perigosa. A Ana só me perguntava se não era perigoso continuarmos eu nem lhe respondia, só de vez em quando é que saía da minha boca um Fo....... para o vento. Optámos por ela passar para o carro do Paulo pois só indo eu na mota sempre era menos perigoso, quando parei para ela sair e passar para o carro, só tive tempo de lhe gritar. - "Sai depressa que não aguento a mota parada e com o vento a dar-lhe", o vento era tal que eu não conseguia aguentar a mota parada, estava a ver quando é que ela ia parar ao chão mas lá consegui arrancar e mantê-la na vertical.



Mas com calma lá fomos avançando em direção ao nosso destino deste dia que era Zadar. Aqui e ali ia nos surgindo também pequenas praias com águas super cristalinas onde se conseguia ver o fundo e alguns barcos que estavam sobre estas águas, pareciam estar a voar pois quase não se via a água, tal é a sua transparência.

E já estávamos praticamente em Zadar, o sol começava a perder intensidade, o vento já tinha acalmado e tranquilamente chegariamos à cidade do Orgão de Mar.


Tinhamos reservado uma casa numa das últimas paragens que fizemos, optámos por fazer as reservas onde iríamos ficar, durante a tarde de cada dia, e neste dia assim foi também. Pelo que vimos nas fotos do Booking até tinha bom aspeto o seu interior, com dois quartos, uma sala juntamente com a cozinha e o preço era em conta e dentro dos nossos parametros que tinhamos estabelecido. Morada posta no GPS e vamos até lá. Entrámos numa zona de pequenas moradias, algumas já com alguns anos mas nada de anormal, eis que o GPS diz. -"chegou ao seu distino" uma casa em cimento, garagem na cave com o portão aberto, campainhas não havia e agora ? A Ana foi bater a uma porta e sai de lá uma senhora já com uma certa idade, muito feia e com um vestido que mais parecia uma camisa de dormir e falar só Croata. "Agora é que isto está bonito", mas no seu croata ainda deu para perceber para esperarmos pois vinha alguém a caminho para nos receber. Passado um pouco lá chegou uma senhora que já arranhava um pouco de inglês e nos mostrou a casa e ali ficámos. Por dentro não era má, agora o aspeto exterior é que não estava nos planos mas também era só para ficar uma noite.
Estava um fim de dia quente e fomos até à parte mais antiga de Zadar, junto ao mar e onde fica o famoso Orgão de Mar e toda a zona histórica ainda do tempo dos romanos. As principais atrações de Zadar estão concentradas em uma só área, no pequeno centro histórico, localizado numa península que faz parte da área metropolitana. A principal entrada para a Cidade Antiga é alcançada através de uma ponte, que dá acesso a uma imensa porta de entrada, o Lion Gate, que faz parte da muralha da antiga cidade medieval, ainda visível hoje em dia.
A parte antiga de Zadar é facilmente explorável a pé, e suas ruas mal comportam carros. Nós visitamos o centro da cidade antiga antes de jantar, o que acabou sendo uma ótima ideia, já que tivemos tempo de explorar as belíssimas vielas de Zadar enquanto ainda havia luz do dia, o que nos deu a oportunidade de aproveitar o pôr-do-sol, que é imperdível, ainda mais se for junto ao Orgão, é algo inesplicável ...


O Órgão do Mar é um instrumento musical experimental que toca música por meio de ondas do mar e os tubos localizados sob um conjunto de degraus de mármore grandes. As ondas criam sons um tanto aleatórios, mas harmônicos. O dispositivo foi feito pelo arquiteto Nikola Basic como parte do projeto para redesenhar a nova cidade da costa (Nova riva), o local foi aberto ao público em 15 de abril de 2005. O trabalho de reconstrução caótico realizado na tentativa de reparar a devastação em Zadar sofrida na Segunda Guerra Mundial., havia transformado a via ao longo do mar num initerrupto e monótono muro de concreto. O Órgão do Mar reestabeleceu, para turistas e moradores locais, a relação da cidade com o mar. Agora, o mármore branco forma uma escada convidativa que desce até a água. Escondido sob os degraus, há um sistema de tubos de polietileno e uma cavidade ressonante que transforma o local em um grande instrumento musical, tocado pelo vento e pela batida das ondas do mar.
Junto ao orgão há um enorme jogo de luzes (Led´s) que acendem e apagam conforme o movimento das ondas do mar o que dá um efeito muito giro e belo.
Estava na hora de irmos à procura do jantar, e lá fomos para a zona mais antiga à procura de um restaurante. A caminho ainda deu para ver um pouco mais da vida noturna de Zadar, onde nos podemos cruzar com artistas de rua como de repende surge um cavaleiro romano com o seu enorme arpão.
E lá encontrámos um restaurante com uma enorme esplanada com óptimo aspeto e com uns menus bem apetitosos.


Antes de irmos descansar de mais um dia em grande, ainda fizemos um brinde com uma cerveja, de uma marca, que nos faz lembrar algo que nada tem a ver com cerveja mas sim com motas .
No dia seguinte iriamos dar mais uma volta pelo centro de Zadar e depois seguir até Split ...