Dia 5

Veneza

Acordámos na manhã seguinte sem saber o que nos esperava, eu e a Ana iríamos continuar a nossa exploração de Veneza, o Paulo e a Paula estavam em Verona à espera do veredito do mecânico e na esperança que não tardaria muito estariam a caminho de Veneza na mota. Para começar o dia em grande, nada melhor que um belo pequeno almoço no hotel onde ficámos, havia que carregar energias pois havia muito que andar a pé, muitas ruas para descobrir, ruelas, becos, praças, monumentos, canais, etc. Veneza tem essa vantagem, estamos sempre a descobrir coisas novas, cada esquina, cada rua é uma surpresa.

 E lá fui eu e a Ana à descoberta de Veneza e na espetativa de haver um telefonema do Paulo a dizer que estava a caminho e que estava tudo resolvido com a mota. Era por volta das 11 da manhã e o telemóvel tocou, era o Paulo a dizer que estava a caminho mas de comboio, só no dia seguinte poderiam analizar a mota e averiguar qual a avaria na realidade. Não era a pior notícia mas parte da esperança caiu naquele momento, pelo menos vinham a caminho de Veneza. 

Uma das igrejas que mais nos fascinou nessa manhã foi a igreja de Santa Maria dei Frari. Além da belíssima fachada externa localizada numa maravilhosa praça junto a um pequeno canal, Frari abriga obras de arte fantásticas e monumentos fúnebres de doges, artistas e personalidades. Para se ter uma ideia, depois de São Marcos, a igreja é o templo religioso mais importante de Veneza e o bilhete de entrada é somente uma contribuição de 3 euros para a manutenção do espaço. A fundação da Igreja dei Frari foi no século XII, mas a construção foi modificada ao longo dos séculos. A igreja ganhou prestígio com a maciça presença de fiéis trazidos pelos frades franciscanos. Entre as obras para poder admirar, uma das mais famosas é a Pala dell'Assunta, a Assunção, uma tela de Tiziano que fica no altar da igreja. Mas para chegar até o altar você terá a possibilidade de se perder pelas inúmeras outras obras espalhadas pela igreja.
 

O monumento fúnebre ao escultor Antonio Canova foi realizado por seus discípulos e é repleto de simbologias interessantes inclusive relativas à maçonaria, a qual pertencia Canova. A forma triangular não deixa dúvidas. Figuras mitológicas, as virtudes cardinais, conhecidas como três luzes maçônicas e a esquadra e o compasso, símbolos da maçonaria indicam que Canova foi um maçom muito respeitado na época. As esculturas são espetaculares. 

Outra obra impressionante é o monumento ao doge Giovanni Pesaro realizado com esculturas em mármore e bronze. Odiado pelo povo por sua arrogância e despotismo, o doge Pesaro sofreu com uma doença que o deixou sem dentes. O monumento fúnebre é suntuoso e impressionam os escravos mouros que sustentam as colunas de mármore. 

Por vontade própria o mestre Tiziano quis ser sepultado na basílica dei Frari. A obra foi realizada pelos discípulos de Canova que a esculpiram em mármore de Carrara. Ao centro do monumento foi colocada uma estátua representando Tiziano. 

Outra obra de Tiziano presente na igreja é a "Pala Pesaro" 

E lá saímos e continuámos à descoberta de Veneza...

A hora de almoço aproximava-se mas o que sabia mesmo bem era algo fresco, o calor não era sufocante mas aquecia, ainda para mais andar. Em Veneza há lojas com fruta fresca dentro de uns copos e é comprar e levar. E assim fizemos comprámos cada um copo de fruta  e fomos para a escadaria de uma igreja comer a bela e saborosa fruta fresquinha. Soube mesmo bem ...

Entretanto recebemos uma chamada do Paulo a dizer que já tinham chegado a Veneza e que estava à espera do Vaporetto para finalmente ficarmos juntos outra vez.

Enquanto esperávamos lá se tirou mais uma famosa selfie,

E lá chegaram eles. Sem perdermos tempo fomos até à Praça de São Marcos visitar o Campanário de São Marcos. O Campanário, é o campanário da Basílica de São Marcos em Veneza, fica situado na praça do mesmo nome mas não agregado à basílica. É um dos símbolos da cidade de Veneza, a torre tem 98,6 m de altura e fica num canto da praça, perto da entrada da basílica. As suas formas são simples, e o seu corpo principal é uma coluna de tijolos, de 12 m de lado e 50 m de altura, sobre a qual assenta o campanário com arcos, que aloja cinco sinos. O campanário tem no topo um cubo, em cujas faces estão representados leões (o símbolo do Evangelista São Marcos) e a representação feminina de Veneza (la Giustizia: a Justiça). A torre é coroada por uma agulha piramidal, no extremo da qual se encontra um cata-vento dourado com a figura do Arcanjo Gabriel. O campanário, de cuja construção inicial do século IX nada resta hoje, tem a forma atual desde 1514. A torre que se observa hoje é uma reconstrução, que foi terminada em 1912 depois do colapso ocorrido em 1902.

A construção foi iniciada no século XI durante o dogado de Pietro Tribuno sobre fundações de origem romana. Foi terminada no século XII durante o dogado de Domenico Morosini. Seriamente danificado por um relâmpago em 1489 que destruiu a cúspide de madeira, assume o aspeto definitivo no século XVI graças aos trabalhos de reconstrução para reparar os danos causados pelo sismo de março de 1511. Estes trabalhos iniciados pelo arquiteto Giorgio Spavento foram depois executados sob a direção do arquiteto bergamesco Bartolomeo Bon.

Nos séculos que se seguiram houve muitas intervenções, muitas vezes para reparar estragos provocados por raios. Em 1653 foi Baldasarre Longhena que continuou a restauração. Outros se lhe seguiram depois de em 13 de abril de 1745 um raio provocar uma grande fenda. Finalmente, em 1776, o campanário foi dotado de um pára-raios. Em 1820 substituiu-se a estátua do anjo por uma nova, feita por Luigi Zandomeneghi.

Em julho de 1902, sobre a parede norte da construção, foi descoberta uma perigosa fenda que nos dias seguintes aumentou de tal modo que na manhã de segunda-feira 14 de julho às 9:47 o campanário se desmoronou. Não houve vítimas e, dada a posição da torre, os danos foram limitados em extensão. Durante a tarde o conselho comunal, reunido de urgência, decidiu a reconstrução com 500 000 liras para contribuir para os trabalhos. O sindicalista Filippo Grimani durante o discurso na ocasião da colocação da primeira pedra, em 25 de abril de 1903, pronunciou a famosa frase dov'era e com'era (onde estava e como era) que se converteu no lema da reconstrução. Os trabalhos duraram até 6 de março de 1912. O novo campanário foi inaugurado em 25 de abril de 1912 por ocasião da festa de São Marcos.

A subida até ao alto do Campanário é feito por um elevador moderno e onde se faz umas fotografias engraçadas como a nossa.


A vista lá de cima é magnifica como se pode imaginar ...

E lá continuámos a nossa passeta pelas ruas e ruelas de Veneza, numa constante descoberta e com surpresas, coisas que nunca mais esqueceremos durante a nossa vida.

Para acabar o dia em beleza fomos jantar a um restaurante de pizzas e massas italianas  e no fim fizemos um brinde à nossa amizade. 

Amanhã ainda temos a mais famosa basílica de Veneza para visitar, a basílica de São Marcos e esperar por notícias da Honda de Verona para saber se podemos ir buscar a mota do Paulo e continuar a nossa agenda de viagem sem atrasos. Amanhã seria o dia em que finalmente iremos entrar na Croácia e dormir em Pula, a ver vamos ...

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