
Dia 4
Turim - Milão - Veneza
Era o dia do reencontro, eu e o Paulo tinhamos que estar às 17 horas em Milão para recebermos a Ana e a Paula em terras italianas. Aproveitámos o tempo que tinhas para algumas visitas.

Saimos do hotel e fomos dar uma volta por Turim, o Paulo queria conhecer o estádio da Juventus, equipa principal de Turim, e lá fomos nós à procura do estádio. No terreno ficava o antigo estádio da Juventus, o Stadio Delle Alpi, que foi concluído para o campeonato do Mundo de Futebol de 1990. Porém o povo de Turim ainda preferia o antigo Estádio Olímpico de Turim devido a sua melhor acessibilidade e melhor visibilidade dos jogos. A Juventus comprou o estádio em 2003
A Juventus saiu do estádio em 2006 e começou os planos para construir um estádio com uma atmosfera mais intimista. Nesse íntervalo, a Vecchia Signora utilizou juntamente com o Torino o Estádio Olímpico de Turim que foi reformado para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2006.
A Juventus saiu do estádio em 2006 e começou os planos para construir um estádio com uma atmosfera mais intimista. Nesse íntervalo, a Vecchia Signora utilizou juntamente com o Torino o Estádio Olímpico de Turim que foi reformado para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2006.



Era hora de seguirmos viagem, Milão esperava por nós. Seguimos viagem e em menos de nada chegámos a Milão, as estradas do centro de Milão não são lá grande coisa para quem anda de mota do tamanho da minha, pois os buracos são muitos e a calçada é feita com pedras bem grandes, mais do dobro que se vê em Lisboa. Estas até nem estão muito desalinhadas como a maioria.

Eu já conhecia Milão, fomos diretos à Catedral e aproveitámos para visitar também as Galerias Vittorio Emanuelle.
A catedral é imensa, com 157 m de comprimento e 109 m de largura. O interior tem cinco naves com uma altura que chega aos 45 metros, divididas por 40 pilares. Possui um transepto com três naves. O estilo predominante da catedral é o gótico flamejante, relativamente pouco comum na Itália. A construção do edifício começou em 1386 sob a iniciativa do arcebispo Antonio da Saluzzo, em um estilo gótico tardio de influência francesa e centro-europeia, distinto ao estilo corrente na Itália de então. Os trabalhos foram apoiados pelo senhor da cidade, o duque Gian Galeazzo Visconti, que impulsou a obra através de facilidades fiscais e promoveu o uso do mármore de Candoglia como material de construção. A obra avançou rápido, e em 1418 o altar-mor da catedral foi consagrado pelo Papa Martinho V. Já em meados do século XV a parte leste da igreja estava completa. A partir desta data, porém, as obras prosseguiram lentamente até fins do século XV.
Entre 1500 e 1510 a cúpula octagonal do cruzeiro foi completada e o interior foi decorado com várias séries de estátuas. Porém, a fachada oeste do edifício permaneceu ainda inacabada. Em 1577 a catedral foi consagrada novamente pelo arcebispo Carlos Borromeu. Apenas no século XVII foi a fachada construída, em estilo maneirista. Em meados do século XVIII foi completada a parte externa da cúpula, onde foi colocada a estátua da Madoninna. Em 1805, por iniciativa direta de Napoleão, que havia invadido a Itália, as obras foram recomeçadas. Nessa época a fachada principal e grande parte dos detalhes exteriores, como os pináculos, foi completada em uma mistura de estilos, entre o neogótico e o neobarroco. Apenas em 1813 foi a catedral dada por finalizada, mais de quatrocentos anos após o início das obras. Porém no século XX foi julgado necessário trocar as cinco portas da fachada, o que só foi acabado em 1965. A catedral é atualmente um importante ponto turístico de Milão, e do alto do seu terraço é possível vislumbrar toda a cidade.



As Galerias Vittorio Emanuelle têm uma estrutura que consiste em duas arcadas vidro-abobadado que se cruzam em um octogono cobrindo a rua que liga a Piazza del Duomo a Piazza della Scala . A rua está coberta por um vidro arqueado e ferro fundido no telhado, um projeto popular para arcadas do século XIX, como a Burlington Arcade em Londres , que foi o protótipo para maiores de vidros galerias comerciais , começando com a Galeria Saint-Hubert em Bruxelas ( inaugurado em 1847), o Passazh em St Petersburg (inaugurado em 1848), a Galleria Umberto I , em Nápoles (aberto em 1890) e a Budapest Galleria. O espaço octogonal central é coberto com um copo de cúpula . O Milanese Galleria foi de maior escala do que seus antecessores e foi um passo importante na evolução da moderna envidraçada e fechado centro comercial. No chão do octogonal central, há quatro mosaicos retratando o brasão das três capitais do Reino de Itália ( Turim , Florença e Roma ).
O Galleria liga dois dos mais famosos marcos de Milão: o Duomo e o Teatro Alla Scala , mas o Galleria é um marco no seu próprio direito.






As horas iam passando e depois de uma caminhada por algumas ruas de Milão, as 17 horas apróximavam-se, tinhamos que ir buscar as nossas companheiras de viagem a partir de hoje, lá fomos buscar as motas onde estavam entre scooter´s e outras motas que circulam em Milão, diga-se de passagem que são aos minhares. Não nos podiamos atrasar pois ainda tinhamos cerca de 40 minutos de viagem do centro de Milão até ao aeroporto de Malpensa.

Chegádos ao aeroporto ainda fizemos uns papeis tipo guias turísticos com o nome das turistas que íamos buscar.

Papeis feitos e toca de esperar pelas turistas vindas de Portugal.



E lá chegaram elas todas contentes, foi tempo de matar algumas saudades, falar um pouco de como estavam as coisas em Portugal e de como estavam as filhotas. Hora também de colocar as mais bagagem nas motas, será que cabe tudo ? Claro que sim, tudo bem arrumadinho e ainda sobra algum espaço.

Ainda estávamos a 314 kms do destino deste 4º dia de viagem. Veneza esperava por nós e era hora de nos montarmos nas motas e partirmos até Veneza ...
Tinhamos vontade de chegar rapidamente a Veneza e estavamos a cerca de 300 kms do nosso destino para este dia, decidimos fazer o percurso em autoestrada para ser mais rápido e seguro, pois não tardaria o sol a ir-se embora. Apanhámos a A4 e seguimos viagem, fizemos uma paragem na área de serviço de Bréscia para atestar as motas e atestar as nossas barriguitas também e lá continuámos na nossa aproximação a Veneza. Perto de Verona o Paulo informa-me pelo rádio que vai parar na próxima área de serviço para a Paula vestir mais um casaco pois ia com frio, eu disse "ok quando quiseres pára". E assim foi, parou e a Paula lá vestiu mais um casaco, o pior estava para acontecer, vai para arrancar e em vez disso, ouve-se um barulho estranho na mota, pareciam carretos a bater uns nos outros, eu grito logo, "Ehhh maçarico, põe a primeira como deve ser" mas a brincadeira logo passou a tristeza. A mota estava com um problema na transmissão. Ainda parou um grupo de motard´s italianos mas não conseguiram nos ajudar em nada, só havia uma coisa a fazer chamar a assistência em viagem e esperar a ver o que diziam, e assim se fez, o Paulo ligou e mandaram-nos esperar que já enviavam um reboque ao local. A tristeza instalava-se nas nossas caras, a Paula fumava cigarros atrás de cigarros, o Paulo conseguia transparecer uma calma mas sabe Deus como estaria por dentro, a Ana só perguntava "e agora ? Mas vocês não fizeram a revisão às motas como é que isto avaria assim ?", perguntas sem respostas. Eu tentava manter a calma e pensar em soluções e queria acreditar que seria uma coisa simples de resolver e que no dia seguinte tudo estaria bem, seguiríamos a nossa viagem e a avaria seria apenas um pequeno problema que se resolveu facilmente. Foi hora e meia de espera, sofrimento e sem saber bem como seria tudo a partir dali, até chegar o reboque e sabermos quais as soluções que haveriam para nós. O motorista do reboque, num italiano a querer arranhar o inglês, lá nos explicou que só levaria a mota no dia seguinte para a Honda de Verona e que o Paulo e a Paula iriam ficar num Hotel para passarem a noite, depois consoante a avaria e a sua resolução, na Honda, no dia seguinte, se via como seria o resto da viagem para eles.

E lá nos separámos, eu e a Ana seguimos de mota até Veneza pois já tinhamos o hotel reservado e o Paulo e a Paula seguiram de reboque para o hotel. Eu ainda tinha 115 kms para fazer até chegar a Veneza, e depois encontrar o hotel naquelas ilhas e aprender andar de autocarro, mas aquático. Meti no GPS a morada do hotel e não é que ele me deu o caminho, e eu a pensar que teria que deixar a mota longe do hotel, afinal há caminho para lá, e segui todo o itenerário que ele (GPS) me dizia. Uma hora depois de sair da área de serviço, onde a mota do Paulo avariou, estava a entrar na ponte na liberdade. A Ponte da Liberdade é uma ponte rodo-ferroviária com cerca de 3850 m de comprimento, que atravessa a Laguna de Veneza, e que constitui a única via de acesso ao tráfego automóvel à cidade de Veneza. Liga o continente à Praça de Roma. O seu projeto foi desenhado em 1931 pelo engenheiro Eugenio Miozzi, e a ponte foi inaugurada por Benito Mussolini em 25 de abril de 1933, com o nome de «Ponte Littorio». Foi construída em quase toda a sua extensão junto à antiga ponte ferroviária construída pelo Reino Lombardo-Véneto em 1842. No final da Segunda Guerra Mundial o seu nome foi mudado para «Ponte da Liberdade» em memória da libertação do fascismo. A ponte é o troço final da Estrada Nacional italiana n.º 11 "Padana Superior". Tem duas faixas em cada sentido, e é flanqueada por amplos passeios onde podem transitar peões e bicicletas. A parte da ponte mais próxima de Veneza apresenta um só passeio (falta o do lado da ferrovia). Ao chegar a Veneza, termina junto da Estação de Venezia Santa Lucia, à qual se acede pela nova ponte pedonal - Ponte da Constituição. Depois de atravessar a ponte, o GPS encaminhava-me para uma zona restrita e com um porteiro, mas segui. O porteiro falava muito bem espanhol e perguntou-nos para onde íamos, pois por ali, não era o caminho de certeza. Mostrámos a morada do hotel e explicou-nos como haveriamos de fazer para lá chegar e onde deixar a mota, pois a mota não podia seguir até lá. Isso é que me custou ouvir. Agradecemos e a Ana ainda lhe disse, "és muito simpático" e ele respondeu, "também sou motard" e lá fomos fazer o que ele nos aconselhou.
Deixei a mota num parque repleto de scooter´s e lá fomos até ao cais apanhar o Vaporetto da linha 2 que nos levaria até perto do hotel onde iriamos ficar. O Vaporetto: são os "autocarros" de Veneza. Como a cidade é toda recortada por canais, é este tipo de embarcação que faz o papel dos nossos tradicionais autocarros, com pontos espalhados por toda parte e com horários bem completos. Se não estou em erro o último é à meia noite e meia e o primeiro do dia é às 4:30h salvo erro.
Lá chegámos ao nosso cais de desembarque que ficava mesmo na rua que dava acesso ao hotel, chek in feito e era hora de descansar pois as emoções tinham sido algumas. "Já dormir ?" diz a Ana, " Vamos dar uma volta por Veneza à noite para ver como é", era perto da uma da manhã e ainda fomos passear. "Coisa de gajas !!!"
Sem mapas nem indicações andámos por ruas, ruelas, becos, praças e a cada esquina uma maravilha, uma surpresa se deparava diante dos nossos olhos.
E de repente temos à nossa frente a praça de São Marcos e a sua bela Basílica de São Marcos. A primeira igreja construída no local foi um edifício temporário no Palácio dos Doges, construído em 828, quando mercadores venezianos adquiriram à Alexandria as supostas relíquias de São Marcos. Em 832, um novo edifício foi erguido, no local da atual Basílica, esta igreja foi incendiada durante uma rebelião em 976, reconstruída em 978 e mais uma vez em 1063, no que viria a ser a base do atual edifício.
Basílica São Marcos
As esplanadas à volta da praça fechadas mas ao mesmo tempo cheias de gente que por ali estava a conversar com amigos e a disfrutar da noite quente de Veneza. Lindo de se ver.
Junto à praça de São Marcos há um cais onde as famosas gondulas descansam do dia atarefado que tiver a transportar turistas, e um pouco mais à frente a famosa ponte dos suspiros.
A Ponte dos Suspiros (em italiano: Ponte dei Sospiri) é uma ponte característica de Veneza e liga o Palácio ducal à Prisão Nove, o primeiro edifício no mundo construído para ser uma prisão.
Conhecida em todo o mundo, fotografada pelos turistas provenientes de todos os lugares, e foi lhe atribuído esse nome porque a lenda diz que em tempos remotos, os prisioneiros ao atravessá-la, suspiravam, porque seria a última vez que viam o mundo exterior, pois seriam condenados à morte.
A noite já ia longa e estava na hora do descanso, regressámos ao hotel mas ainda houve tempo para entrarmos em ruas que iam apenas dar à água e lá tinhamos que voltar para trás, eram três e meia da manhã quando finalmente chegámos ao hotel. Agora era tempo de descansar e acreditar que no dia seguinte chegariam boas notícias em realção à mota do Paulo.