
Dia 3
Nimes - Mónaco - Turim
O dia acordou quente, e nós acordámos com fome. Fomos até um supermercado que havia do outro lado da estação comprar o pequeno almoço e aproveitámos para observar a estação por dentro. Achei interessante a ligação entre uma arquitetura moderna e a original da estação. Muito movimento e notava-se algum número de seguranças acima do normal.
Estação de Nimes, fachada principal

Estação Nimes, fachada traseira

Estação Nimes, interiores



Voltámos ao hotel para fazermos o pequeno almoço e preparar o farnel para quando nos desse a fome durante o dia.

Alameda que vai da Arena até à estação

Antes de sairmos de Nimes ainda demos um pequeno passeio pelo centro da cidade e fomos conhecer o monumento mais conhecido em Nimes que é a Arena. A Arena de Nimes é um anfiteatro romano edificado no ano 27 a.C., na actualidade encontra-se remodelado e utiliza-se como Praça de Touros para a celebração de corridas de touros desde 1863 (a Arena de Nimes é sede de duas feiras taurinas por ano), também é utilizada para outro tipo de espectáculos.
O recinto tem forma elíptica com 133 metros de comprimento e 101 metros de largura. Está rodeado por 34 arquibancadas, sustentadas por uma construção abobadada. A sua capacidade é de 16.300 espectadores e conta com uma cobertura móvel e um sistema de climatização desde 1989. Construído no tempo do imperador Augusto, à queda da república, o anfiteatro foi fortificado pelos Visigodos e rodeado por uma muralha. Durante os turbulentos anos que se seguiram ao afundar do poder visigodo na Hispânia e na Septimânia, a invasão muçulmana e posterior conquista pelos reis francos (princípios do século VIII), os viscondes de Nimes construíram o seu palácio-fortaleza dentro do anfiteatro. Mais tarde um pequeno bairro desenvolveu-se no seu interior, o qual contava com umas cem moradias e duas capelas. Setecentas pessoas viviam no seu interior no seu momento de maior esplendor.
As construções permaneceram no anfiteatro até o século XVIII, quando foi decidida a sua destruição de modo a devolver ao anfiteatro seu aspecto original.
Arena



Era hora de nos pormos a caminho, próximo destino Mónaco.
Eu já tinha estado no Mónaco em 2014 quando visitei a Suiça, no regresso a Portugal fui lá visitar o primo Alberto.
A viagem de Nimes até ao Mónaco tinhamos decidido que era para andar para chegarmos a tempo de almoçarmos no Mónaco, gente fina é outra coisa, e assim foi, só parámos para meter gasolina e para vermos do alto a tão famosa Cannes, com uma vista sobre o mediterrâneo de cortar a respiração, magnifico mesmo.
Cannes ao fundo
Cannes observada de longe e o Principado do Mónaco é logo ali, assim que atravessámos a especie de fronteira que há do lado oeste, e nota-se logo a diferença de carros, de casas de tudo que nos rodeia, é impressionante a riquesa financeira de todo aquele lugar.
Mónaco

Parámos as motas e fomos explorar o local a pé, pois só assim conseguimos ver mais alguns promenores que em andamento nos escapa.
A piscina que há junto à grelha de partida do Grande Prémio do Mónaco estava cheia, as ruas cheias estavam, o movimento era imenso mas na maioria eram curiosos assim como nós. Do meio do ruído natural de uma cidade, de repente, surgia o roncar de um motor de um carro de luxo ou de grande cilindrada que nos fazia sonhar e perguntar como será fazer uma viagem num bicho daqueles. Não sei se trocava viajar naqueles carros ou na minha mota... são gostos.

E entramos pela marina e contemplámos todos aqueles barcos, alguns com segurança privada e outros luxos que eu nem consigo explicar.


A fome já apertava e decidimos ir à procura da esplanada onde eu tinha almoçado aquando da minha visita ao Principado. Lá estava ela, com os seus borrifos de água junto ao teto para acalmar o calor que se fazia sentir. Uma pizza para cada um e ficámos muito bem e aproveitámos que a imperial estava em promoção e bebemos uma cada um. Promoção ??? Sete euros e meio uma imperial ....... Quem te mandou vir para o Mónaco almoçar?



Depois de almoço fomos ver o famoso túnel que faz parte do circuito de Formula 1 durante o Grande Prémio do Mónaco e lá se passeavam, uns senhores "vaidosos", com os seus potentes carros a acelerarem e a fazer barulho que com o eco do túnel, ainda enaltecia mais a potência dos carrinhos. O tempo passava e em cada esquina, cada rua, cada montra nos supreendia mais a vida deste pequeno principado.

Era hora de arrancarmos e seguirmos o nosso caminho, não foi fácil sair do Mónaco pois consegui enganar-me duas vezes para apanhar a estrada que nos iria fazer entrar pelos Alpes italianos e começar a devorar aquelas curvas magníficas e com uma paisagem não menos deslumbrante.
Adeus Mónaco até um dia

E lá fomos nós em direção à fronteira de Itália, seria o terceiro país no mesmo dia, somos muito viajados. A estrada era magnífica, as curvas do melhor, a paisagem deslumbrante, estávamos a entrar nos Alpes não há nada que enganar, um dia ainda faço os três Alpes, Suiços, Franceses e Italianos, duvido que haja melhor local para se viajar de mota.
Parco Naturale delle Alpi Liguri
Mas com tanta curva e algum calor, a vontade de beber uma fresquinha apertava, no meio de uma paisagem magnífica e mesmo no meio de uma curva surge um restaurante com um certo estilo e requinte, era mesmo ali que iríamos matar a sede. Era um restaurante com uma vista sobre um vale, um jantar ali ou almoço até nos esquecemos de comer ao olhar para o exterior. Líquidos repostos e vamos embora, estávamos nós a colocar os capacetes, pára um casal com uma mota de matrícula holandesa, com um português muito arcaico diz: "Boa tarde campeões da Europa". Crescemos logo uns valentes centimetros com tal elogio, os kms seguintes até nos pareciam retas com o ego de ser português em alta. Muitos eram os viajantes, de mota, que nos cruzámos naquelas estradas, todos eles nos cumprimentavam à passagem com o conhecido "V" feito com os dedos da mão esquerda. A passagem de França para Itália foi feita por debaixo de terra num túnel já com a marca dos anos, é estranho entrarmos num túnel e estarmos em França e saimos do outro lado e estamos em Itália.
À espera para entrarmos no túnel que nos levaria a Itália.
Túnel atravessado e estamos em Itália, as curvas continuaram, vilas / aldeias com casas com estilo nórdicas a fazer lembrar vilas que conheci na Suiça. Depois de descer a montanha entrámos numa zona de planícies, com o sol a pôr-se nas nossas costas, os Alpes ao longe à esquerda e campos agrícolas à nossa volta.


Andámos mais de 30 kms pelo meio de plantações de milho, o cheiro do mundo rural, dos campos agrícolas era inconfundivel, chegámos a Turim já era noite, parámos as motas em frente ao hotel, deixámos as nossas coisas e fomos à procura de um restaurante para jantarmos e pensarmos no caminho do dia seguinte.
A brindar em Turim com um rosé da região

Amanhã, um dos pontos altos da viagem, a chegada da Ana e da Paula a Milão ...
Continua ..