
Dia 1
O dia acordou com sol, nada melhor que o sol para nos acompanhar numa viagem. Tinhamos marcado para as 9 horas a saída e conforme combinado lá estávamos os cinco, pontuais e cheios de pressa para arrancar nesta "aventura".
A primeira parte seria em autoestrada (A1) até Vila Franca de Xira para se fugir às confusões de transito nos arredores de Lisboa, em Vila Franca entrávamos na N1, estrada mítica também pois em tempos era o único traçado rodoviário que ligava as duas maiores cidades do pais, Lisboa e Porto, em Alenquer a N1 passa a ser o IC2 e o sol tinha dado lugar a umas nuvens que prometiam chuva. E se prometiam melhor fizeram, na zona da Venda das Raparigas, nome lindo para uma terra, começou uma chuva miudinha a cair sobre nós, essa chuva foi a nossa companhia até à zona de Condeixa-a-Nova onde fizemos a primeira paragem, já tínhamos deixado para trás, Batalha, Leiria e Pombal.
Lá se colocou a conversa da altura em dia e continuámos acompanhados da chuva e parece que queria engrossar, coisa que já estamos habituados ultimamente, a ideia seria almoçarmos na zona de Mangualde, tínhamos levado comida para o almoço, não podíamos perder muito tempo pois o caminho ainda era longo mas muito bonito. Depois de passarmos Coimbra e entrarmos na IP3, o Paulo Fernandes faz-me sinal que precisava de gasolina, lembrava-me que mais à frente havia um posto de abastecimento onde já tinha parado aquando de uma outra viagem, chegámos ao local e não era que o posto estava em obras. "Menino Paulo isso é para sair abastecido no ínicio, não é sair de Lisboa com o depósito por atestar", o posto de abastecimento mais próximo do local de onde estávamos ficava a 8 kms no meio da serra mas lá fomos e atestámos a mota do Paulo Fernandes. Ao passarmos por Mangualde surgiu o primeiro susto com a mota do Paulo Jorge, lembrou-se de começar aquecer que nem uma doida, conforme aqueceu, depois de uma ligeira paragem numa bomba de gasolina e de se ver se o líquido refrigerante estava a nível, também arrefeceu e seguimos viagem. Não tardou e encontrámos uma mesas à beira de estrada que à muito tempo já não eram usadas, tal era o tamanho das ervas à sua volta. Ahahahahaha. É mesmo aqui que vamos almoçar e assim foi...
Hora de abrir a garrafa e cheirar.
E claro depois provar ...
Ginjinha feita pelo Ricardo em 2004.
O Paulo depois de beber a ginjinha deu-lhe para andar a fazer um off road com a Pan European. Malvado álcool.
E lá seguimos nós na nossa caminhada até Chaves, rapidamente chegámos a Moimenta da Beira e começámos a subir em direção a Foz Côa e não tardou estávamos a passar a Barragem do Pocinho, tivemos sorte pois estava a entrar na enclusa da barragem, um barco de dimensões consideráveis que estava a fazer um cruzeiro pelo rio Douro. O Aproveitamento Hidroeléctrico do Pocinho fica situado sensivelmente a meio do troço delimitado pelas confluências dos rios Côa e Sabor. A sua albufeira, à cota máxima de retenção normal de 125,50 m, estende-se ao longo de 40 km e tem uma capacidade total de 83.070.000 m³, sendo apenas de 12.240.000 m³ o volume utilizável em exploração normal. Este aproveitamento, o mais a montante do troço português do Douro, entrou em serviço em Março de 1983, tendo sido o quarto a ser realizado no referido troço. A barragem do Pocinho é constituída essencialmente por uma central, implantada junto da margem esquerda, por uma Barragem-Descarregador na continuidade daquela e separada dela pelo muro Barragem-Central, onde se integra uma eclusa de peixes, do tipo Borland e por uma eclusa do canal de navegação do Douro no encontro direito da barragem, com um comprimento de cerca de 90 m e uma largura de 12,1 m. A jusante da central, na encosta da margem esquerda, encontra-se a subestação.

E o barco lá seguiu o seu trajeto rio acima e nós seguimos o nosso, logo a seguir Torre de Moncorvo e não tardava nada e chegávamos a Mirandela terra da boa alheira mas a pressa de chegar a Chaves era tanta que nem as provámos. De Mirandela a Valpaços é um instante e é aí que acontece o segundo susto do dia com a mota do Paulo Jorge, começou a deitar fumo e só se via óleo em cima do motor "foi desta que morreu", "pensei eu, queres ver que vou ter que fazer o resto da viagem com ele à pendura ?" Lá parámos e afinal era a tampa do óleo que se tinha desapertado e o óleo estava a sair, daí o fumo e o motor todo escorrido de óleo. Tampa recolocada no sítio e bem apertada e siga que Chaves, e é já ali. E era mesmo, nada melhor para comemorar a chegada a Chaves que parar numa casa típica da terra e provar o famoso Presunto de Chaves. Bem bom diga-se de passagem.
Eu e o Ricardo concentrados na ementa de presuntos.

Com um lanche bem aviado entrámos em Chaves e fomos até ao hotel, um quarto para os cinco, vai ser bonito.
O jantar foi no restaurante "A Talha" na companhia do Ricardo Nascimento e da esposa que também iriam fazer a N2 mas num ritmo muito mais calmo que o nosso pois tinham mais tempo para chegar a Faro. O Ricardo Nascimento é em quem confio os pneus da minha mota, já a alguns anos que pneus só compro na Motocenter.
Hora de descansar porque amanhã é dia de levantar cedo e fazer metade do trajeto da N2 que será até São Domingos que fica ao km 372.